Sabe, às vezes as pessoas me perguntam se a Eleonora é um bebê que dorme bem. Bom, eu não sei. Acho que não, acho que sim. Eu diria que ela é um bebê que dorme muito. No entanto, dormir muito não significa dormir bem. Por mais que ela durma das 20h às 9h do dia seguinte, por exemplo, nunca essas 13 h são ininterruptas. Ela acorda muito durante a noite: pedindo água, pedindo chupeta, pedindo mamadeira, pedindo pra trocar a fralda (eu mereço?) ou simplesmente acorda pra tagarelar um pouquinho. Normalmente, cada acordada leva meia hora pra voltar a virar sono. Então no meu caso, cada acordada vira, no mínimo, 45 minutos para virar sono de novo.
Alguns dirão: porque você não dorme depois de dar a chupeta?
Não capota?
Vou te contar: mãe não dorme se o bebê tá acordado. Isso é
um fato. Já superei. Não adianta.
Tá, se Eleonora tá com 1 ano e 4 meses e eu decidir levar
todas essas informações para os números, levando em conta que a pequena já me
deu de presente umas 10 noites de sono ininterrupto, deve fazer uns 470 dias que
não durmo a noite inteira. 470.
Gente, eu to cansada. Muuuuito cansada. Hoje, meu sonho de
consumo é dormir mais de 3 ou quatro horas seguidas. Por favor, alguma mãe santa me diz que esse
dia vai chegar?
Hm, e sabe o que é pior do que o bebê acordar muito durante
a noite? É os momentos de caos, QUE SEMPRE ACONTECEM A NOITE! Sabe aquela dor
de dente? Dor de barriga? Dor de cabeça sem noção? Em bebês essas coisas só
aparecem depois da meia-noite. Sempre. Eu chamo esses momentos de caos noturno.
Há uns dias atrás, por exemplo: Eleonora tava meio
doentinha, resmungando, não queria comer. Foi para cama às 20h e pouco, logo
depois de jantar. Beleza. Deu meia-noite
e bingo! Chorou porque queria mamar. Mamou gracinha (ela mama sozinha e quando
termina ela chama e fala “tó”, e entrega
a mamadeira pra gente). 15 minutinhos depois, ZzzZzzzz.
Eu, que tava com começo de virose e quebrada, não via a hora
de voltar pras cobertas. Eis que, assim que eu deito, eu escuto um barulhão,
meio de sopro, meio de pum, vindo lá do quarto. Já pensei: ai, não.
Levantei e botei a cabeça dentro do quarto escuro. Silêncio.
Voltei pra cama.
Mas, vocês sabem, instinto materno não falha, né? Não me dei
por convencida, voltei, peguei meu celular e liguei a lanterna. Entrei no
quarto da pequena e iluminei um pouquinho. Ela tava desmaiada. Cheguei mais
perto e iluminei o berço...... Nessa hora, queridos amigos, eu quis sentar no
chão e começar a chorar. Eis que a bonita tinha feito um cocô astronômico,
daqueles bombásticos. Tinha sujado lençol, colchão, short do pijama, camiseta
do pijama e até o travesseiro!! E a menina? Desmaiada.
Nessas horas não tem como se virar nos 30 sozinha. Chamei o
pai e lá fomos nós para a operação resgate madrugada adentro. Tirei ela do
berço dormindo e coloquei no trocador. O pai foi já tirando o lençol sujo e
limpando o colchão. Eu fui limpando a menina e tirando a roupa. Nisso ela
semi-acordou. Até aí, beleza.
Mas como desgraça pouca é bobagem, abrimos a fralda e? Ela
tava muuuuuuuito assada. Tadinha, que dó, meu Deus. Não dava pra limpar com
lencinho, ia machucar mais.
Lá vamos nós então para o chuveirinho. Acorda de vez o bebê
(nããããããããooooooooo!) e vai lavando na pia. Nisso, ela já urrava enquanto eu
segurava e o pai ia lavando. Chorava de dor, tadinha (e eu junto!).
Gente, a menina agarrou em mim na hora de secar. Não me soltava, insegura, com
medo, com dor. Não queria nem ir pro trocador. Nisso, meu coração já estava
partido.
Com muito custo, coloquei um pijama limpinho na menina, dei a chupeta e o
paninho e fui colocar no berço. Ela parecia um gato! Hahahaha não desgrudava as
mãozinhas do meu pescoço nem com reza. Chorava, falando “mamãe, mamãe..."
Me desculpem as mães que conseguem deixar o bebê chorando no
berço e acham que isso é um ensinamento saudável, mas eu não tenho essa
disciplina, essa frieza. Catei a criança
(eu, com o corpo quebrado, cansado, pedindo arrego) e lá vou eu noite
afora ninar a fofinha. Eleonora, que nunca foi fã de ficar sendo balançada,
ficou meia hora ali, chorando em silêncio, morrendo de sono e sem se mexer. Até
que dormiu. Foi pro berço devargazinho....e eu cataploft na cama!!
Nem 15 minutos se passaram e MAMÃÃÃÃÃEEEEE.....
Sabe, nem preciso narrar os acontecimento seguintes. Acho
que vocês já tiveram noção do caos, rs.
Quem acompanha o blog, já sente na hora o drama quando digo
que só nos restou levar ela pra nossa cama, pra ver se ela dormia e deixava o pai e a mãe fecharem
os olhos só um pouquinho (se você não leu nosso relato de cama compartilhada,
clique aqui).
É lógico que o mundo não pára de girar por causa de um bebê
que não dorme a noite. Obviamente, então, o despertador toca às 6h no dia
seguinte.
E a gente vai levando o dia, vai tomando café pra acordar,
vai espreguiçando, tenta se sentir grato pela vida de mais um dia, enquanto
torcemos com todas as nossas forças que o caos da noite seguinte seja menor. Ou
que nem exista.
Às vezes, nossas preces são atendidas.
Às vezes, não.
Então eu venho aqui no blog-terapia desabafar, hahahahaha.
Aguardem o próximo. Rs
Beijos
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