quarta-feira, 11 de março de 2015

1 ANO DE MANO MATERNA




Há um ano, sentei nessa mesma cadeira pra por no papel todas as emoções acumuladas de quatro meses de recém-mãe. Pra quem não sabe ou nunca tentou, escrever é uma das melhores terapias que existem.

Assim nasceu o Mano Materna, mão de mãe. Escrito pelas mãos de uma mãe cheia de medos, de dúvidas, de angústias, de impaciência...mas, de muito, muito amor. E vontade de fazer o melhor, sempre. 

Assim são todas as mães, eu sei que são.

Foi nesse espaço, encarando a tela em branco, que coloquei pra fora sentimentos, momentos e situações inusitadas que aconteceram na minha vida desde que ela virou de cabeça para baixo.
Hoje, com certeza, sou do time daquelas que dizem que nenhuma mulher deve passar por essa vida ser sem mãe. Que loucura deliciosa que é essa vida.

Pois bem, desde que aqui estamos, foram poucos posts, mas foram mais de 10.000 vizualizações e milhões de mensagens de apoio, de carinho, de risadas, de pedidos....só tenho a agradecer. Quem me acompanha e troca experiências comigo não sabe o tanto que me faz feliz, me ajuda e me dá forças naqueles momentos que tudo que eu preciso escutar é : tamo junto! Rs

O ano de 2015 será cheio de Mano Materna, se assim for possível. Obrigada a todas as mães que, assim como eu, fazem parte da maternidade real e que, mesmo em meio ao caos, ainda gritam dentro do peito: Que experiência incrível!!


Termino esse pequeno texto com as verdadeiras palavras de Cris Guerra:

Dizem: quando nasce um bebê, nasce uma mãe também. E um polvo. Um restaurante delivery. Uma máquina de chocolate prontinho. Uma mecânica de carrinhos de controle remoto. Uma médica de bonecas. Uma professora-terapeuta-cozinheira de carreira medíocre. Nasce uma fábrica de cafuné, um chafariz de soro fisiológico, um robô que desperta ao som de choro. E principalmente: nasce a fada do beijo.
Quando nasce um bebê, nasce também o medo da morte – mães não se conformam em deixar o mundo sem encaminhar devidamente um filho.
Não pense você que ao se tornar mãe uma mulher abandona todas as mulheres que já foi um dia. Bobagem. Ganha mais mulheres em si mesma. Com seus desejos aumentam sua audácia, sua garra, seus poderes. Se já era impossível, cuidado: ela vira muitas. Também não me venha imaginar mães como seres delicados e frágeis. Mães são fogo, ninguém segura. Se antes eram incapazes de matar um mosquito, adquirem uma fúria inédita. Montam guarda ao lado de suas crias, capazes de matar tudo o que zumbir perto delas: pernilongos, lagartas, leões, gente.
Mães não têm tempo para o ensaio: estreiam a peça no susto. Aprendem a pilotar o avião em pleno voo. E dão o exemplo, mesmo que nunca tenham sido exemplo. Cobrem seus filhos com o cobertor que lhes falta. E, não raro, depois de fazerem o impossível, acreditam que poderiam ter feito melhor. Nunca estarão prontas para a tarefa gigantesca que é criar um filho – alguém está?
Mente quem diz que mãe sente menos dor – pelo contrário! Ela apenas aprende a deixar sua dor para outra hora. Atira o seu choro no chão para ir acalentar o do filho. Nas horas vagas, dorme. Abastece a casa. Trabalha. Encontra os amigos. Lê – ou adormece com um livro no rosto. E, quando tem tempo pra chorar – cadê? -, passou. A mãe então aproveita que a casa está calma e vai recolher os brinquedos da sala. “Como esse menino cresceu”, ela pensa, a caminho do quarto do filho. Termina o dia exausta, sentada no chão da sala, acompanhada de um sorriso besta.
Já os filhos, ah… Filhos fazem a mãe voltar os olhos para coisas que não importavam antes. O índice de umidade do ar. Os ingredientes do suco de caixinha. O nível de sódio do macarrão sem glúten. Onde fica a Guiné-Bissau. Os rumos da agricultura orgânica. As alternativas contra o aquecimento global. Política. E até sua própria saúde. Mães são mulheres ressuscitadas. Filhos as rejuvenescem, tornando a vida delas mais perigosa – e mais urgente.
Quando nasce um bebê, nasce uma empreiteira. Capaz de cavar a estrada quando não há caminho, só para poder indicar: “É por ali, filho, naquela direção”.
OBRIGADA!

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