sexta-feira, 21 de março de 2014

TEORIA vs. PRÁTICA

Ninguém te prepara para a maternidade. Ninguém. Nem sua mãe, nem o pediatra mais famoso da cidade, nem a encantadora de bebês, nem os milhões de blogs que você lê durante a gestação. A maternidade vem com a prática, só com ela. Aí você vira e me diz: Ah, dá para ter uma noção com a teoria, com o que todo mundo fala, com quem tem experiência. Minha avó teve 8 filhos, ela disse que...blábláblá. HAHAHAHAHAHAHA! 
Não, minha amiga, não tem como ter noção nenhuma. Te digo o porquê: eu não sei o motivo de tanta insistência em tentar fazer andarem juntas duas pessoas que não querem nem se ver. Sim, estou falando da teoria e da prática. Essas duas mocinhas se divorciaram há séculos, e o sonho de toda a humanidade é que elas voltem a ter um relacionamento sadio e duradouro. Mas, te digo, no mundo materno, elas estão a 500 km de distância, com ódio mortal uma da outra.
Na minha gravidez, eu sonhava e sonhava em como seria a minha vida com a minha bebê. E pensava: "aaah, eu quero que ela faça isso!", "aahhh, ela vai ser assim..", "o quê? eu NUNCA vou dar isso para minha filha!", "acho um absurdo os pais que deixam chorar no berço", "eu li no Guia do Bebê que..." etc, etc, etc. E olha, gente, eu sou a segunda filha de cinco irmãos...achei que estivesse preparada.
Mas, não. Assim que a criaturinha sai da barriga, ela parece querer fazer tudo ao contrário do que você já leu, e você, sim, você mesmo (agora mãe) terá vontade de fazer coisas contrárias ao que você leu. Com que frequência? O tempo todo.
Bem, vamos aos fatos (chega de teoria, rsrs, para não perder a piada...):

TÓPICO 1: Amamentação.

Depois que comecei a amamentar eu criei um ódio ferrenho pelas revistinhas da Natura que mostram fotos de mães felizes, sorridentes, no nirvana amamentando seus bebês lindamente como se nada mais se importasse. ISSO NÃO EXISTE. É claro que amamentar é uma delícia no que diz respeito à interação mamãe-bebê, e é um dos meus momentos preferidos até hoje com minha pequena. Mas, gente, dói, dói muito no começo, a gente sua, a gente cansa, dá uma sede do cac*** (e você lembra que a garrafinha de água ficou lá na sala só na hora que o bichinho agarra no peito), as peita vazam, o bebê morde o mamilo (e você vê estrelas).
Eu, ainda para ajudar, estou passando por uma fase super tensa na amamentação. A Eleonora está SUPER distraída, por causa da curiosidade. Ela começa a mamar, suga um pouquinho, aí larga o peito, encara o mamilo, põe a mão, aí olha pro teto, olha pra minha blusa, olha pro sofá, encara a porta, pensa na morte da bezerra e não mama nem com reza. Volta a pegar o peito depois de 5 minutos, e começa tudo de novo. E ai de mim se tentar tirar ela de perto do peito. Ela berra. Desse jeito, gente, uma mamada dura 1h30; desse jeito, gente, o resultado foi que ela não engordou o tanto desejado e meus peitos diminuíram um pouco a produção. A solução foi dar mamá no escuro, assim a menina se foca no que importa. Me julguem.

Mas, apesar das dificuldades citadas acima, ainda é maravilhoso ficar olhando e encarando aqueles olhinhos que te olham de volta com o maior amor do mundo.


TÓPICO 2: Acalmar o bebê

Esse é polêmico. Esse é o mais comentado. Esse é o motivo de surto de 99% da mães. Esse é o tópico que mais recebe pitaco. Esse é o tópico que faz as mães pagarem a língua.
Eu tive a sorte de ter um bebê bem tranquilo, que quase não chora e praticamente está mansinho o dia todo. Mas bebê chora, gente. Chora, não adianta. Chora pra comer, chora pra dormir, chora pra ficar no colo... Eu sempre fui meio da teoria que não se deve deixar bebê chorar, e me esforço o máximo para cessar o choro da Eleonora o mais rápido possível, pois acredito que se ela chora é porque tem necessidade real de algo, e não é a tal manha. Mas em um aspecto eu paguei minha língua, e deixei chorar (me julguem mais uma vez), foi para ela aprender a dormir sozinha. Nos primeiros dias eu ficava ninando a pequena até ela cair no sono, mas era só por no berço que a bichinha estatelava os olhos...eu ficava frustada e com dor nas costas e nos braços. Pensava: agora ela tem só 3kg, mas imagina quando tiver 12kg? Foi então que comecei a operação "SONO: FAÇA VOCÊ MESMO, BEBÊ". Eu comecei a colocar ela acordada no berço, dava um beijinho, boa noite e tchau. Ela urrava. Eu esperava 5 minutos e ia lá. Segurava a mãozinha, acalmava, cantava e saia. Mais berros. Eu esperava 10 minutos e ia lá novamente. O coração partia, eu chorava, o marido mandava eu aguentar firme. A sessão tortura durou 10 dias. 10 diazinhos só. Hoje, graças ao bom Deus e a minha pagança de língua, a Eleonora dorme sozinha e contente 99% das vezes. Ela tem um ritualzinho antes de dormir (que eu não tenho preguiça de fazer mesmo estando mega cansada): banho, shantala, peito e cataploft! Eu ponho ela semi-acordadinha no berço, e mesmo que ela não durma imediatamente, fica ali resmungandinha e brincando sozinha até pegar no sono. Papai e mamãe agradecem, filha.



Outra polêmica é a chupeta. Essa eu não vou nem discorrer, pois tenho certeza que milhões de pediatras e fonaudiólogos vão surgir do mais profundo do além para me matar. Eu dei, gente. Eu dei a bendita. E sabe o quê? Foi ótimo. Ela gosta, ela acalma, ela relaxa. Eu não dou o dia todo, não dou quando está acordada, só para dormir. E ela adora, A-D-O-R-A!
E sabe o que é engraçado? Ela ganhou umas chupetas supermegapower chics  e macias que vieram dos States, ganhou uma chiquérrima com strass da Tia Carla, mas ela gosta mesmo é de uma baratex (BPA free, óbvio) que eu comprei no supermercado e não paguei nem R$10. Vai entender.

Filha, maior chupeta ostentação maravilhosa e você me faz essa cara? Sorria para a foto, pelo menos.


TÓPICO 3: Higiene e cuidados com o bebê em geral

Esse é tenso, mas é engraçado. Futuras mamães, a teoria nunca vai te preparar para os momentos preferidos do bebê para fazer cocô. A fralda? Às vezes, minha amiga, ela é enfeite. Às vezes, a privada é a banheira, é aquele momento de nem 20 segundos em que você tira a fralda suja para por a limpa, é o seu colo, é o chão, é a roupa. Já teve vez que a roupa da Eleonora sujou INTEIRA, até quase na nuca, abrimos a fralda, e? Praticamente limpa. Só vendo para acreditar. E quando vamos sair de casa então? Parece cronometrado. É só arrumar tudo, por tudo dentro do carro, que não dá nem 30 segundos e vem a bomba.
Mesmo trocar a fralda não é nada fácil. O quê? Bebês quietinhos e gargalhando igual aos comerciais das fraldas Pampers ou turma da Mônica? Isso é só bebê de comercial, minha amiga, irreal. Quero ver trocar a fralda quando a posição preferida do seu bebê no trocador é essa:




TÓPICO EXTRA: As primeiras palavras

Para finalizar, vamos falar um pouquinho sobre os primeiros barulhinhos do bebê. A teoria, melhor, os livros sobre desenvolvimento do bebê nos dizem para darmos corda para os primeiros sons que o bebê faz com a boquinha, imitando cada som e observando se ele repete. Isso é super importante para o desenvolvimento neurolinguístico da criança, além de ser a maior fofura do mundo. Dá vontade de pegar no colo e não largar nunca mais. A primeira vez que ele dá um gritinho então, é o orgulho dos pais corujas. Só que você acha que o bebê fica quietinho? Que só fala angumamã dadá, e depois silencia? De repente ele começa a testar a sua voz, e fica falando, falando, falando sem parar, fazendo uns barulhinhos engraçados e soltando litros e litros de baba. Uma graça. Na primeira vez, é engraçado e fofo. Na segunda, também. Na terceira, idem. Na 289ª vez,  ainda é fofo, não adianta. Porém, chega uma hora, lá pela 61ª vez, que o cérebro entra em colapso, e você fica com esse som na cabeça para o resto da vida. Afinal, imagina o que é passar o dia inteiro com um bebê que faz um mesmo som umas 5hs por dia. Como dar corda pra isso, minha gente? Não dá.  Aqui vai um gostinho de como rola um dia a tarde aqui em casa (te desafio a conseguir ver os 4 minutos de vídeo):




A vida é assim. E seja em qualquer fase dela, em qualquer campo dela (amoroso, profissional, etc)nunca teremos 100% de coincidência no falar e fazer, no ideal e no real, no esperado e no acontecido. O jeito é levar com bom humor os acontecimentos, tentar não se frustar com o que não sai do jeito que a gente quer. Falar é fácil, né? Quero ver fazer! Rs

Beijos






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