segunda-feira, 16 de maio de 2016

O LADO B

Aqui estamos mais uma vez.
Eu estava bastante empenhada em voltar com tudo com o blog assim que o Samuel nascesse, mas não deu.
Não foi pela falta de tempo (que realmente ficou bem escasso) e nem foi por falta de vontade. A verdade é que esse ultimo mês foi um dos mais difíceis da vida em termos emocionais, e eu precisei dar um tempo do mundo materno virtual, rs. Muita coisa acontecendo ao mesmo tempo, enfim... juntou algumas pequenas críticas que chegaram aqui em casa, com pós-parto e recém-nascido, morte de dois avós meus e avó do marido. Tudo isso em menos de 4 semanas. Não há quem não surte, né?


E no fim, no meio do turbilhão emocional, não me perguntem o porquê (hahaha), acabou que me deu um pouco de ojeriza de ficar vendo em blogs, facebook, instagram e etc essa vida de mãe perfeita que muuuuuuitas mães virtuais parecem levar. Vidas onde parece que nada dá errado, sabe? Nada de ruim acontece.

É claro que ninguém quer ficar postando foto ou escrevendo sobre o que é difícil ou complicado da vida, mas algumas pessoas apenas mostram um lado irreal da maternidade e criticam qualquer um que tenta por um segundo discutir o lado B da coisa toda.


Sabe, gente, depois que a gente vira mãe, é normal ficarmos dentro da bolha materna e ficarmos de olho em toda essa parafernalha virtual sobre o assunto. É foto, é texto, é vídeo. A gente assiste e ponto. Mas, como a gente sabe a verdadeira realidade, conseguimos filtrar algumas coisas, e sabemos que simplesmente é impossível levar uma vida perfeita, do jeito que a gente gostaria que fosse.

Mas, quem não é mãe (nem pai), ou quem já foi há muito tempo (e os filhos já cresceram e esqueceu como é brava a coisa, rs) e quem acabou de ser mãe de primeira viagem, acredita naquilo que vê, e acha que a maternidade deve ser sempre aquele lindo comercial de margarina, com mães lindas e descansadas, filhos sorridentes e obedientes, sempre limpos e felizes.
HAHAHAHAHAHA. Só que não. NÃO.


Aí, gente, aconteceu que me deu canseira e preguiiiiiiça de ficar seguindo ou acompanhando a vida das "mães perfeitas". Por "mães perfeitas" deve-se considerar: mães de filhos que dormem a noite inteira desde 15 dias, que só mamaram no peito até 3 anos e não sei mais quando, que só comem comida orgânica e natural, que estão sempre limpos e bem vestidos, e que fazem milhões de atividades pedagógicas preparadas pelas mães para desenvolver o cérebro, o equilíbrio, a coordenação, a atenção, a capacidade motora e blablabla! Essas mães estão sempre lindas, maquiadas (mas elas negam), de cabelo escovado, unhas feitas e felizes. Gente, elas estão SEMPRE felizes.

Ah, me poupe, vai.


Por fim eu quis dar um tempo até do blog. Fiquei com medo de ser essa a imagem que estou passando para quem é leitor aqui. Eu não tive nem vontade de fazer o post de 2 meses do Samuca. :(



Só gostaria de deixar bem claro que eu sou mais do que a favor de uma discussão sobre a maternidade real, e sobre um maternar mais leve, sem neuras e sem culpas. Gosto de falar sobre isso pelo simples fato de ser tão difícil levarmos a vida de mãe numa boa, relaxar em meio ao caos, não surtar sempre e tentar ser feliz com a nossa realidade.

Eu reclamo pra caramba, gente, sério. Perguntem pras minhas amigas mães do whatsapp, hahahaha! MÃE RECLAMA, GENTE. Reclamar com outras mães, então, é a melhor coisa da vida. hehehe!
Mas tento sim, todos os dias, levar tudo isso de forma mais leve, vivendo um dia após outro.


E não, eu não sou mãe perfeita. E não quero ser julgada ou criticada por isso.

Na minha primeira viagem, com a Eleonora, eu engoli muita coisa e deixei muita coisa me culpar e me deixar para baixo; mas dessa vez não vai ser assim. 
Não tô mais nem aí, entendem?
Meu filho vai sim usar chupeta, e não quero ser criticada por isso.
Vai mamar no peito até quando quiser, e não quero ser criticada por isso.
E se tiver que dar mamadeira no mês que vem já, eu vou dar, e não quero ser criticada por isso.
Vai comer papinha da Nestlé se tiver que comer, e não quero ser criticada por isso.
Vai usar fralda até 4 anos ou sei lá, e não quero ser criticada por isso.
Vai ter que ir pra escolinha com menos de 1 ano, e não quero ser criticada por isso.


E não tenho vergonha ou medo de falar que as vezes estou cansada, que tenho vontade de sair correndo, de ter um tempo só pra mim, de ficar sozinha. Por que filho também às vezes enche o saco, gente, igual um tanto de coisa na vida. E também traz felicidade, igual outro tanto de coisa na vida.



Por fim, o que me resta dizer é que tá cheio de blog e insta de mães "de verdade", que valem a pena seguir e compartilhar a vida, mesmo para quem não é mãe. Não caia no conto do sou-mãe-maravilhosa-vou-para-disney-todo-ano-meus-filhos-não-dão-trabalho. 

A maternidade só é bela se trazer junto também todo a bagunça que ela envolve, senão, na verdade, não ia ter nem graça. Não ia ter aquele momento superação, sabe? Que a gente pensa: caraaaa, eu venci essa fase! Pode vim a próxima hahahahahahaha!


Beijos.












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