terça-feira, 22 de abril de 2014

UMA PROPOSTA DIFERENTE

Sexta-feira passada, estava eu vagueando pela internet, quando acabei entrando por engano num site de coisas para bebês (aham, engano, sei). Meu computador sabe que tenho filho, rs, todas as propagandas que me aparecem são relacionados a crianças. Bom, o site em si era sobre compras de móveis e itens de decoração para quartos de bebê. Como estava tudo muito bonito, fiquei fuçando em tudo, vendo fotos, comparando preços e passando vontade de uma coisa mais bonita que a outra. No dia seguinte, recebi de um outro site um email com ofertas de kits de berço. Imagina uma coisa FOFA. Eu queria comprar todos. Tudo com 50% de desconto. ESCONDE O CARTÃO DE CRÉDITO, POR FAVOR. Sério, tudo era muito lindo. Mas, como atualmente andamos meio abaixo da linha da pobreza, fiquei só babando e não comprei nada.
Passado uns dias do ocorrido, eu meio que já tinha até perdido a vontade de comprar, o que comprova que não devemos nunca comprar nada por impulsão. Na verdade, eu fiquei matutando durante esses dias se eu realmente deveria comprar qualquer coisa para o quarto Eleonora, afinal, tudo aquilo que eu tinha visto era para deixar o quartinho dela do jeito que EU queria. Mas será que é do jeito que ELA quer? E fiquei remoendo sobre o fato do tanto que os bebê devem achar chato esses quartos maravilhosos, cheios de itens mais caros do que um carro, onde não se pode fazer nada senão admirar o cômodo.
Pensa comigo. Olha como seria o quarto de bebê dos meus sonhos (clique nas imagens para ver em tamanho maior):


Seria assim:

Ou assim:

Agora pensa com a Eleonora. Provavelmente o quarto de bebê dos sonhos dela seria assim:



Foi depois dessas reflexões mucho locas que foi renascendo em mim umas ideias que brotaram dentro do coração láááá no começo da gravidez. Fiquei pensando que agora que a pequena tá tão espertinha, tá ficando cada vez mais inteligente e curiosa, e cada vez mais entediada no berço ou no carrinho, finalmente chegou a hora de por em prática algo novo (novo para nós, apenas): vou por o colchão dela no chão. Sim, você leu certo. NO CHÃO. Me lembro que, ainda grávida, eu comentei sobre isso com minha mãe e ela quase teve um piripaque.
Você deve estar pensando: para quem queria ter um quarto de bebê dos sonhos de qualquer multimilionário, você tá viajando na maionese com essas ideias sem noção.

Podem me julgar.

Na verdade (mais uma vez), essas ideias sem noção não são minhas, e sim de uma médica e pedagoga italiana revolucionária, que mudou radicalmente (e para melhor!) o método educativo usado nas escolas de sua época (seus métodos são usados até hoje em escolas públicas e privadas do mundo todo). Foi ela Maria Montessori. E com ela surgiu o Método Montessoriano. 

O quê? Nunca ouviu falar dessa fulana, muito menos dos seus métodos, e não sabe o que que tudo isso tem a ver com quartos de bebê? 
Não tem problema. Puxa uma cadeira aí e senta, que eu te explico:

Maria Montessori foi uma educadora italiana, nasceu em 1870 e morreu em 1952. Doutorou-se em medicina pela Universidade de Roma. Aos 25 anos começou a dedicar-se às crianças com necessidades especiais, na clínica da universidade citada acima. Montessori mudou os rumos da educação tradicional, que dava maior privilégio à formação intelectual. Emprestou um sentido vivo e ativo à educação. Destacou-se pela criação de Casas de Crianças, instituições de educação e vida e não apenas  a lugares de instrução.  Ela observava muito e por isso descobria defeitos das escolas comuns e começou a experimentar em crianças de evolução regular os procedimentos utilizados na educação de crianças especiais. O método Montessori foi um dos primeiros métodos ativos quanto à criação e aplicação, seu principal objetivo são as atividades motoras e sensoriais visando especialmente a educação pré-escolar, trabalho também estendido a segunda infância. 

Mesmo considerando que o método Montessori surgiu da educação de crianças especiais, ele está bem diferente no mundo da educação de crianças normais. É um método de trabalho individual, embora tenha também um caráter social, uma vez que as crianças, em conjunto, devem colaborar para o ambiente escolar. O seu material é voltado à estimulação sensorial e intelectual. 

Em relação a casa ou o lugar onde a criança habita, seu trabalho enfatizava a importância de se criar um ambiente adequado para o desenvolvimento da criança, capaz de permitir a livre expressão de suas capacidades. Em um ambiente rico e estimulante, a criança torna-se capaz de aprender sozinha por meio de suas próprias experiências, desenvolvendo-se de forma espontânea, criativa e saudável.

Desta forma, Montessori acreditava que a casa não deve ser para crianças, mas DAS crianças, ou seja, não organizada para sua chegada, mas estruturada a partir de sua criação. Assim, quando pensamos em uma decoração montessoriana, temos que ter em mente que a proposta é fazer um quarto pensando NO BEBÊ (a partir dos primeiros meses de vida) e não para uso de adultos. Também é importante ter uma perspectiva que vai além da aparência puramente decorativa. A prioridade é a liberdade que a criança deve ter, ponto fundamental no desenvolvimento da criatividade.

(Fonte: www.bebê.com.br)

Quando conheci o trabalho e o método de Montessori, foi paixão à primeira vista. Imagina o tanto que deve ser legal para um bebê ou criança crescer numa casa que estimule seu desenvolvimento de forma saudável e autônoma. Isso cria independência, criatividade. Um bebê com livre acesso no seu quarto não precisa chorar imediatamente chamando pelos pais. Não se limita às grades do berço. Observa, aprende, desenvolve-se.

Então, eis que depois de muita pesquisa, leitura, conversas com o marido, nós dois tomamos uma decisão conjunta: a Eleonora vai ter um quarto montessoriano.

E lá fui eu sassaricar na internet, procurando mais informações, depoimentos, fotos, pesquisas, custos, etc etc etc.

E o que um quarto montessoriano deve ter? Como ele deve ser?
Respondo:

- Aconchego
- Sensação de amplitude
- Nada de berço, o colchão vai direto no chão, ou em um tablado pequeno, ou cama bem baixinha (para bebês maiores).
- Acessibilidade. A criança deve ter livre acesso a tudo no quarto: seus brinquedos, suas roupas, sua cama.
- Tudo pequeno. Todas as coisas devem estar à altura e alcance da criança. Os quadros devem ser pendurados na altura do pequeno, na linha dos olhos, para que ele possa observar, por a mão...
- Poucos objetos e móveis. O quarto deve ser organizado e os objetos e brinquedos vão sendo apresentados aos poucos ao bebê, num esquema de rodízio. O bebê deve aprender desde cedo que ele terá que fazer parte da organização do seu próprio espaço. Pegou, guardou.
- Espelho. O espelho serve para que o bebê se conheça, observe seu próprio corpo e entenda que é uma pessoa distinta da mãe. Bebês AMAM espelho.
- Estímulos sensoriais. Tapetes fofos, E.V.A., veludo, coisas coloridas.
- Barra. Como as de balé, por exemplo. Um ótimo auxílio para os primeiros passos e para o equilíbrio.
- Cantinho de arte e leitura. Pode ser uma mesinha com cadeira, uma cestinha de livros, uma pequena biblioteca.

Não parece ser difícil. Certo?

Foi navegando em vários sites que eu achei milhões de fotos de quartos montessorianos muito legais. Dá uma olhada:










É claro que como tudo na vida, também existe o lado negativo, o difícil. A segurança desse tipo de quarto deve ser dobrada: nada de tomadas à vista, nada de quinas, objetos pontiagudos, objetos que possam ser engolidos. A limpeza deve ser impecável (já decidimos que não se entra mais de sapato no quarto da fofinha). Mas estamos dispostos a tudo isso, se essa é uma ideia que irá contribuir para o crescimento e desenvolvimento da nossa menina.

Assim que ajeitarmos tudo, o que pode levar algumas semanas, eu venho mostrar aqui no blog como ficou tudo, e digo se a Eleonora gostou ou não, como foi a adaptação. Conto como foi a montagem, a decoração, os custos, tudo tudo tudo.

Já estou aguardando as milhões de críticas que virão, rsrs. Sério. Mas gosto de pensar fora da caixinha, acho que vai ser uma mudança bacana. Eu sou bem adepta a esses métodos meios "diferentes", e sei que isso gera bastante estranhamento. Daqui uns dias venho contar para vocês também sobre o movimento Slow Parenting ("Pais sem Pressa", na minha tradução) um outro assunto que vem me enchendo os olhos. Mas como disse, isso é tópico para outro post.

Boa tarde e bora trabalhar que o feriado já acabou!

Bisous!



sábado, 19 de abril de 2014

UM RECADINHO PARA VOCÊ...

Você já viu coelhinho banguela? Eu já!
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Que Jesus renasça no coração de cada um!Que todos tenham uma Páscoa abençoada.










Bônus Making of:

Pai? Mãe? O quê vocês estão fazendo comigo?

quarta-feira, 16 de abril de 2014

BRINQUEDO PRA QUÊ?

Se a menina gosta mesmo é de embalagens:



("Me dá, me dá , me dá, me dá danoninho, danoninho já... Toda proteína que eu vou precisar, já já!" Quem lembra?)


(Ela ficou encarando a garrafa assim mais de 5 minutos, não me pergunte o porquê)


(Ouse tentar roubar meu Nescau...e verás, melhor, ouvirás meu supermegapower grito estridente)


(O preferido da bebéia! É a maior fofura ela ficar piscando sem parar por causa do barulho que o pacote faz!)


(Peraí que eu to lendo a informação nutricional disso aqui...)


(Chocalho pra quê? Se eu posso sacudir o remédio da mamãe...)


(Mamãe danada, o chocolate você que come né?)


O Ministério das Mães adverte: não é necessário gastar dinheiro com bebês, eles se divertem com qualquer coisa palpável e colorida. Higienize bem cada item antes de entregá-lo à criança.

Boa tarde.

sexta-feira, 11 de abril de 2014

MÃE SÓ PENSA TRAGÉDIA

Hoje de manhã eu quase tive um ataque do coração por causa de uma coisa quase boba que aconteceu. Sei lá também se era coisa boba. O fato é que sempre que acontece alguma coisa com a pequena, dentro da minha cabeça essa coisa me parece 350 vezes maior do que é: se é uma febrinha, me parece que é uma coisa de 42º, se é um chorinho, me parece que tá urrando, se assou um pouquinho, já acho que tá com queimadura de 3º grau e por aí vai. 
Será que é coisa de mãe de primeira viagem? Acho que sim. 
Mãe só pensa tragédia. Foi o que fiquei pensando depois. E isso é bom e ruim, eu acho. É bom porque isso acaba protegendo nossos filhos de tragédias reais que podem vir a acontecer, e é ruim porque acabamos superprotegendo os pequenos e nos descabelando muitas vezes sem motivo, e acabamos impedindo que eles andem com as próprias pernas. Enfim...
O fato em si, olhando agora, é bem engraçado. Mas te juro que na hora meu coração parou de bater por uns segundos. Palavras aleatórias surgiam sem parar na minha cabeça em milésimos de segundos: sufocamento, respiração, pulso, hospital... Um horror de exageros, pensando bem.

Vamos as vias de fato:

Estava eu toda feliz e tranquila na cozinha, botando a roupa na máquina, refogando o arroz, e fazendo mais umas coisinhas na casa. A bonitinha estava dormindo feito um anjo no berço, fresquinha, quietinha, um amor. Lá pelas 11h50, quase meio-dia, escutei ela acordando: uns gritinhos, uma mexeção, umas palavrinhas incompreensíveis de bebê. Como ela não chorou, estava brincando sozinha, deixei ela quietinha (como sempre digo, não se mexe em time que tá ganhando. Se não tá chorando, deixa! rs), e fiquei só escutando ali pela porta da cozinha, que é do lado da janela dela. De repente ela começa a rir, dar uma gargalhadinha... pensei que fosse por causa da bonequinha da Nossa Senhora que eu tinha posto no berço pra ela brincar e que ela adora. Mais uma gargalhada. Eu ri sozinha na cozinha. Do quê essa menina tá rindo? Como o arroz estava quase no ponto, esperei terminar de secar a água para ir la ver a carinha risonha da pequena. Nisso ela já estava gargalhando pra valer, e eu só escutava seus pézinhos batendo com toda força no colchão. Corri lá no quarto, e eis que vejo a fofinha assim:





Como ela conseguiu puxar o mosquiteiro eu não sei, só sei que ela se enrolou inteira no negócio, deu umas duas voltas no corpinho. E ela tava achando muuuuito engraçado. Tava adorando.
Na hora que vi, não sabia se ria ou se acudia. Comecei a pensar na hora: tá se sufocando! (mas como se é tela?), tá se enforcando! (mas como se ela tá rindo?), tá se machucando! (mas como se tá é achando a coisa mais boa do mundo?). 
Depois de checar que estava tudo bem e que ela só estava brincando, comecei a rir loucamente com ela. Quanto mais eu ria, mais ela ria. Peguei o celular, e lá vou eu registrar a proeza da menina.

Depois fiquei pensando se eu não tô exagerando na previsão de tragédias para essa garota. Eu não queria ser daquelas mães que se o filho leva um tombinho já leva pro hospital para tirar raio-x, ou se a criança espirra já faz o diagnóstico fatal/terminal do pequeno.

Vou tentar melhorar, juro! 
Mas.... não vou conseguir dormir hoje se não me certificar de que o mosquiteiro tá bem preso lá encima! Rs.

Boa tarde! :)

domingo, 6 de abril de 2014

5 MESES DE ELEONORA



Esse fim de semana a bonitinha fez 5 meses, e se pudesse escolher 5 palavras para descrever o que aconteceu do último mês para cá seriam: 
1 - baba
2 - fofura
3 - baba
4 - fome
5 - baba

Ela tá babando demais. Me lembro que antes dela nascer eu ganhei uns 20 babadores, e pensava: pra quê tudo isso? Para usar 4 por dia, claro, né. Chega de noitinha e já tá tudo encharcado.

Mas, não é só isso que anda acontecendo por aqui não. A bichinha tá crescendo tão rápido, que não dá nem para escrever dois parágrafos: assim que eu sair do primeiro para escrever o segundo, a menina já está maior e mais esperta do que antes. Então vou correr para escrever num só tudo de novo que anda se passando. Acompanhe:

Espichou e engordou. Pesa uns 6kg e pouco e mede 66cm. Sim, parece uma lagartinha de tão comprida. Tá com uma fome de leão, mamando igual uma esganada e abrindo o berreiro se a afasto meros 3cm do peito. Trocar de peito já é motivo de choro, para ela é tempo demais sem comida, rs. Não pode ver o papai que ri, gargalha, balança os braços e solta gritinhos...um grude esses dois. Não arrota mais, se recusa. A coisa muda se está no meio das visitas: se tem gente perto ela não só arrota como faz pum e cocô, tudo ao mesmo tempo. Uma lady, claro. Teve seu cabelo cortado pela primeira vez. Tá com tanto cabelo e tá tão compridinho que embaraça, por isso já usa condicionador, vê se eu aguento. De um dia pro outro aprendeu a pegar as coisas, às vezes demora, mas às vezes o movimento é mais rápido que a velocidade da luz, portanto se você usa óculos e ela tá te encarando há mais de 40 segundos, corra! Foi de um dia pro outro que também perdeu sua áurea de bebê pacífico, a menina está com uma cara de sapeca e danada que só Jesus na causa. Hoje já digo com certeza que ela será uma daquelas crianças que sorrateiramente entram no seu quarto e tiram tudo do armário, você acode mas ela já está quebrando alguma coisa na cozinha, no tempo de ir lá socorrer ela já vai estar rabiscando alguma parede com o pincel de lousa do papai, e não adianta ficar bravo a hora que você ver, por que não vai dar tempo, nesse minuto ela já vai estar tentando jogar seu celular na privada... Filha, demore mais uns 348920 meses para andar, por favor. Rs. Agora é pra valer, ela estranha váááárias pessoas. Tem dentinho ameaçando. Agora ela já chora assim: mamãmaãmamãmã. Está impossível trocar fralda, bem nessa hora ela quer virar de bruços. Suas unhas crescem por segundo. Foi atacada por pernilongos, ONZE picadas no rosto. Tô praticamente encapando o berço com o mosquiteiro... Hmmm, o que mais?.... AHHH, está LINDA DE MORRER! :)



Beijos, lindinha!

terça-feira, 1 de abril de 2014

O MAL DO SÉCULO

Eu deveria começar este post me apresentando assim: Oi, me chamo Ana Luisa, tenho 24 anos e sou uma viciada. Há uma semana estou limpa, graças a Deus. Mas, não. Vou começar este post dizendo que estou com tanta vergonha de mim mesma escrevendo os recentes fatos que tenho vontade de me esconder num buraco e não sair de lá nunca mais. Ainda mais depois que todo mundo ler sobre meu vício quase incurável.
Mas, enfim. Admito. Sou uma viciada. Drogas? Sim. Qual? Adivinha. É artificial? Digamos que sim. Causa alta dependência? Sim. Você usa quando está sozinha? Sim e não. Quer dizer que você usa com outras pessoas? Sim. Quantas vezes por dia? O dia todo. Nossa, mas outras pessoas veem você usando? Sim. Elas também usam? Sim. Todas as pessoas? Sim. Todas? Sim, é a droga do século. É uma epidemia. Gente, mas que droga horrorosa é essa? Vou te contar: é o maldito celular. Essa droga que causa grande dependência andou dando uma rodopiada na minha vida, e eu estou disposta a (aos poucos) largar mão desse vício devastador.



Já faz um tempo que venho me sentindo um pouco incomodada com essa mania global do celular. Por onde quer que olhemos está todo mundo lá, batendo os dedinhos nas teclas, olhinhos grudados na tela, tirando fotos de si mesmo, tirando fotos de tudo ao redor... Vamos num restaurante e todo mundo da mesa lá, alienado no seu mundinho virtual. Começo acusando a mim mesma. Eu também não largo do meu aparelhinho jamais (leia-se em francês jamé). O meu celular não é o top do momento, não é o mais novo desejo dos geeks, nem motivo de ostentação para ninguém, mas ainda assim o mardito me envolve de um jeito que não quero largar dele nem que a vaca tussa. Mas, e daí? Tá tudo mundo assim e ninguém morreu nem se adoentou. Mas, eu sim, gente, eu sim fiquei doente. Do coração.

Explico.

Lembra que há alguns dias eu disse que estava numa fase meio tensa da amamentação? Que a bichinha daqui de casa estava se distraindo constantemente durante as mamadas e acabava por não sugar quase nada? Então. Foi assim: depois de dias de insistência, de mamadas no escuro, de horas e horas de paciência, descobri que na verdade a distraída era eu.

Explico novamente.

Quando comecei a amamentar era tudo muito novo, então eu ficava 100% focada no que estava fazendo. Precisava ter certeza que ela estava com a pega correta, que estava sugando, que estava na posição adequada e que, caso se engasgasse, eu estaria pronta para socorrê-la naquele segundo. Tensão total. Com tempo, as coisas foram se acalmando. A pequena ficou profissional no quesito agarrar o peito, rs, aprendeu a se ajeitar no meu colo como ninguém e mamava como se nós duas já estivéssemos fazendo isso há séculos, desde o começo da humanidade. Até aí, beleza.
Mas foi aí que a droga entrou na minha vida. Com a desculpa que eu usaria o celular apenas para ver as horas, comecei a me deixar envolver pelo brilho traiçoeiro daquela tela, que me levava para o mundo virtual, que me permitia ver o que estava se passando na vida dos outros, que me permitia passar umas 3 fases do Candy Crush por mamada, que me permita falar com 45603 pessoas tranquilamente no Zap zap (vulgo Whatsapp), sem ser interrompida com a bebê tentando por mão na tela do celular.
Foi então nesse momento que, com muita vergonha admito, passei a me focar mais no que estava acontecendo nas minhas mãos do que no que estava acontecendo nos meus peitos (rs!). E eu não percebia, mas isso estava influenciando a amamentação de uma forma tão negativa que eu jamais poderia imaginar...
O momento de amamentar é o ápice da interação mamãe-bebê. É nessa hora que o hormônio do amor é produzido, é nessa hora que ocorre as trocas de olhares mais intensas, é nessa hora que o bebê nos mostra toda a sua dependência e demonstra a sua mais sincera gratidão por estarmos ali, por termos lhe dado a vida.

Sim, é profundo. E muito verdadeiro.

Então, me explica: mas que diabos eu tenho na cabeça para deixar esse momento maravilhoso ser esquecido e trocado por um aparelhinho sem-vergonha que não vale mais que R$300? (Não pude deixar de pensar no vídeo da calça de mais de trezentos reais... é mais de trezentos reais, uma calça para uma jovem de 16 anos... quem já viu? Hahahahaha!  Pronto, parei.)

Então tomei uma decisão: chega de celular durante a amamentação. Foi difícil, muuuuito difícil nas primeiras vezes. Mas sobrevivi. E sabe o que mais? A Eleonora tá mamando que é uma beleza!! Fica toda quietinha, me olhando, pegando na minha mão, largando o peito só para me dar uma risadinha, jogar um charme e me mostrar o seu sorrisinho banguela. Uma fofa!




Estou extremamente contente com essa nova fase que estamos vivendo. Eu estou praticamente chamando esse novo momento de relactação, haha. Pois reaprendi a amamentar, e a curtir esse momento que é mais do que especial. Difícil, às vezes dolorido, às vezes cansativo, mas tão gratificante, tão apaixonante... que já sofro só de pensar que um dia ela irá desmamar, que dará seu primeiro grito de independência e que a mamãe não será mais tão indispensável assim.
O foco agora é chegar aos 24 meses (ou mais) com essa paciência, com essa disponibilidade. Se vou conseguir, não sei. Mas sei que estou aproveitando ao máximo esse tempo que voa, que passa rápido demais. E meu coração já se enche de tristeza e nostalgia em pensar que logo logo não dividirei mais esses instantes com esse serzinho tão amado.

O QUÊ? MAMÃE DISSE QUE VAI LARGAR O CELULAR?



DUVIDEODÓ!!!

BÔNUS: Para você que nunca viu o vídeo da calça de R$300 reais aí vai link (eu não consegui carregar o vídeo!) ISSO É BRASIL! :(
https://www.youtube.com/watch?v=5GEEf963wYA