quinta-feira, 28 de agosto de 2014

RESUMO EM UM POEMA

Essa fotógrafa resumiu em um poema o que é a maternidade. Lindo.


Ele é o nó no meu cabelo,
O esmalte descascado na minha unha,
As olheiras no meu rosto.
Ele é o carrinho na minha gaveta de roupas,
O amassado nas páginas do meu livro,
O rasgado no meu caderno de anotações.

Ele é o melado no controle remoto,
O canal da televisão,
O filme no dvd.
Ele é o farelo no sofá,
As tesouras no alto,
A baba no celular.
Ele é o backup no computador,
O mouse escondido,
As cadeiras longe da janela.
Ele é a marca de mão nos móveis,
O embaçado nos vidros
O desfiado nos tecidos.
Ele é o ventilador desligado,
A porta do banheiro fechada
A gaveta da cômoda aberta.
Ele é o cóque na minha cabeça,
As frutas fora da fruteira,
Os panos de prato amarrando os armários.
Ele é o meu shampoo cheio de água,
A espuma no chão do banheiro,
O brinquedo dentro da privada.
Ele é o interruptor, as tomadas
Os imãs da geladeira, os riscos nos cds.
Ele é o avião que voa por cima da casa,
O trem que apita de longe,
Todo cachorro que late, todo carro que passa.
Ele é o peixe do aquário,
A árvore de Natal,
Os “pisca-pisca” de todas as casas.
Ele é o círculo, o susto, as goiabas...
A primeira visão da lua no começo da noite...
O valor do trabalho, a vontade de aprender,
A minha força
A minha fraqueza.
Ele é o aperto no meu peito diante de uma escada,
A ausência do meu sono diante de uma febre,
Os meus olhos fechados diante de uma vacina.
Ele é o meu impulso, o meu reflexo, a minha velocidade.
Ele é as formigas na minha cama,
O cheirinho no meu travesseiro
Os cantinhos,
O barulho,
A metade,
O azul.
Ele é o vazio triste no silêncio de dormir
O meu sono leve durante a noite
A checada nas cobertas de madrugada.
Ele é o meu ouvido aguçado enquanto durmo
A minha pressa de levantar da cama,
A minha espera do bom dia.
Ele é o arrepio quando me chama,
A paz quando me abraça,
A emoção quando me olha.
Ele é o meu cuidado, a minha fé,
O meu interesse pela vida
A minha admiração pelas crianças,
O meu respeito pelas pessoas
O meu amor por Deus.
É o meu ontem,
O meu hoje
O meu amanhã
Ele é o motivo,
A inspiração
A poesia.
A lição, o dever
O remédio, a terapia.
Ele é a presença, a surpresa
A saudade...
A esperança

A minha dedicação.
A minha oração.
A minha gratidão.


Autora: Nádia Maria, para o filho Zion.
Publicado originalmente em http://www.nadiamaria.com/zion

sexta-feira, 22 de agosto de 2014

SOBRE A LIBERDADE



Atenção, todas as mães! Só nós sabemos o tanto que é bom botar um filhote no mundo. É o presente de uma vida. Ser mãe só tem a ganhar: sabedoria, paciência, auto-conhecimento, um amor eterno, uma razão pra viver. 
Porém, mães, sejamos sinceras, ser mãe também é ter muito a perder: o sono, o corpinho em forma, as noites livres, umas horinhas à toa, as refeições quentes e demoradas, tempo à sós com o marido, e a pior perda de todas, a liberdade

Essa dói de perder.

E não tô falando só da liberdade física não; não tô falando só da "peraí que vou ali no centro comprar umas coisinhas...opa! Não posso, e o bebê? Tá na hora da soneca". Tô falando também da liberdade psicológica
Acho que o meu maior choque desde que a Eleonora nasceu foi perceber que eu nunca mais sentaria no sofá e não pensaria em nada, ficaria por ali, vagando as horas, com a cabeça cheia de vento; que eu nunca mais iria pôr a cabeça no travesseiro e esvaziar a mente, pensar na morte da bezerra. Mãe não esvazia a mente jamais, mãe não passa nem cinco minutos do dia sem pensar ao menos uma vez no bebê, o que ele tá fazendo, se comeu, se dormiu, se brincou, se tá chorando, se tá respirando, etc, etc, etc.

Parece trágico, né? E é.

Nos primeiros dias dos pós-parto, com os hormônios fervendo e a cabeça cheia de cansaço, me permiti desesperar algumas vezes por causa disso. Chorei, chorei, chorei e chorei. Desabafei com o marido, desabafei com minha mãe, desabafei com a depiladora, com a tiazinha da farmácia. E me lembro sempre do que uma mãe me disse uma vez: esse sentimento jamais vai embora, vai te perseguir por toda a vida, mas você aprenderá a lidar com ele. E a luta com ele gera outro sentimento, a culpa. E com o passar do tempo, você saberá pôr na balança a culpa e a liberdade.

Gente, que coisa verdadeira e difícil de fazer. Nossa.


Isso matutou na minha cabeça por muito tempo, e eu achava que esse tempo que levaria para que eu voltasse ao normal fosse durar uns 25 anos, rs. Mas foi de umas semanas para cá, que percebi que iria depender só de mim, da minha força de vontade e não do tempo. 

Eis que então apareceu uma oportunidade de experimentar um pouquinho da antiga liberdade: umas amigas iriam para um barzinho e me chamaram. 
Errrr, claro que não posso ir, né, óbvio. 
Mas então, assim que o marido chegou do trabalho, às 22.30 da noite, e me disse que ainda ia trabalhar um pouco antes de deitar, o meu tico e teco teve uma luz: VAMOS PARA A BALADA!
Gente, imagina uma mãe de primeira viagem se arrumando às onze da noite para sair pra night sozinha? Me senti a universitária, hahahaha! 
Cheguei lá toda contente. E então percebi que tinha esquecido meu cel no carro. Quase morri. Me veio a culpa. Por quê você saiu?, E se acontecer alguma coisa?, Agora você é mãe! Aquela sua vida acabou! Supera isso!, Se acontecer alguma coisa a culpa é sua!
Gente, eu não via a hora de ir embora! Por fora eu sorria, mas por dentro eu estava acabada!

A minha luta com a liberdade e a culpa só estava começando.

Desde então, tenho aproveitado estas oportunidades de sair sozinha que me aparecem. Fui tomar café com as amigas, fui ao shopping sozinha só pra olhar vitrine, fui pra praça só pra ficar de bobeira, fui à alguns barzinhos com a galera depois que a Eleonora dorme.
Claro que isso tudo depende da ajudinha do marido, que de bom grado  incentiva essas fugidinhas da bolha materna para o mundo real.

Não sei dizer se está mais fácil ou se estou melhor, às vezes acho que sim, às vezes acho que não. 
Eu acho que terei altos e baixos, o marido acha que só tende a melhorar, minha mãe acha que passa quando os filhos são adultos, meu pai acha que a solução é arrumar outro (porque com mais filhos a gente esquece de vez nossa vida mesmo! rs), meus irmãos não têm nem noção do que eu tô falando e me olham com cara de oi? como assim?,  as outras recém-mães acham como eu....

...e no meio de tanto achismo, eu só acho uma coisa: eu perderia não só a liberdade, mas tudo da vida pelo sorriso da bonitinha. :)




sexta-feira, 8 de agosto de 2014

TODO DIA É DIA...



Neste domingo celebramos o dia dos pais. Eu adoro dia dos pais! Adoro porque os pobres dos pais quase nunca são festejados (injustiça!), então o dia deles tem que ser especial. 

Aqui em casa vamos passar o nosso primeiro dia dos pais com a Eleonora fora da barriga, e eu seria a pior mulher do mundo se deixasse passar em branco essa data. Então mirabolei várias ideias para fazer um presente bem legal pro papis daqui. Não queria nada de roupa, perfume, sapato, nada disso....queria algo que envolvesse a Eleonora, algo feito por ela; afinal, é por causa dela que o marido é pai, hahahaha!
Enfim, ideia já pronta, então mãos à obra! Lá fomos nós fazer o presente do papai.

Infelizmente, eu ainda não posso contar aqui o que foi que aprontamos, senão vou estragar a surpresa. Mas já adianto que envolveu pincéis, ter que forrar a sala com lençol velho, afastar o sofá pra não sujar, um bebê que comeu um tantinho bom de tinta, uma mãe que sai correndo com o bebê pro banheiro pra limpar a criança e roupas de bebê tão sujas que certamente não serão mais usadas. E no fim levou uns dois dias pra secar.

Enquanto não chega o dia da comemoração e a hora na surpresa, Eleonora e eu gostaríamos de dizer desde já algumas palavrinhas para o homem da casa:

Eleonora: Papai, você é a melhor pessoa que já conheci. Desde o dia que cheguei, você nunca saiu do meu lado. Estava lá, ansioso, esperando que finalmente eu abrisse meus olhinhos para a vida, fora da barriga da mamãe. Saiba que te amo muito. Só você tem a paciência eterna e um carinho enorme. O meu sorriso é para você todos os dias. Beijos da Pituca.

Eu: Maridim, a filhote já disse tudo. Você é uma daquelas pessoas que é tão raro encontrar, de uma bondade imensa e coração gigante. Não tem como não pensar que você seria um grande pai. Você é um super pai! Desde o dia que recebemos a notícia de que nós dois seríamos três, você abraçou a nossa causa, se fez presente, e tem me apoiado mais do que nunca nos momentos de fraqueza. Então hoje eu apenas te agradeço por ter segurado a minha mão e pulado junto comigo no abismo, rumo ao desconhecido, nesse desafio que é fazer crescer um outro ser humano. 
Aproveite o seu primeiro dia oficial dos pais, pois para mim, todo dia é seu dia. 





quarta-feira, 6 de agosto de 2014

NOVE MESES (DE PURA FOFURA)!



Hoje completamos 9 meses de Eleonora. 9 meses na barriga, agora 9 meses fora dela. 
Em 36 semanas de vida fora do útero, as 4 últimas foram sem dúvida as mais fofas já presenciadas, hahaha. 


Pensa numa criança doidinha (muuuuuito doida!), agitada, conversadeira, babona e engraçada.

Apesar da choradeira (choro pra dormir, choro pra comer, choro pra sair do banho, choro pra sair do carro, etc etc etc) e birrinhas sem fim, a fofura chegou para compensar essas horas de estresse.

Foram tantos os momentos que mereciam ser registrados nesse mês, que nem sei se vou lembrar de tudo aqui. Mas vai lendo:


- Tá com 7kg300 e uns 69 cm. Magricela comprida, mas come que nem uma draga.



- Mama muuuuito. Peito da mamãe e mamadeira se necessário. A menina é tão esganada, mas tão esganada, que às vezes mama os dois peitos e fica pedindo mais, tentando puxar a minha blusa quando acaba. Eu ofereço, ela não quer. Eu penso que ela mamou tudo e ainda tem fome, e então faço uma mamadeirinha. Ela tenta mamar, mas na verdade está satisfeita. SÓ QUE ENTÃO TENTA TIRAR A MAMADEIRA DA MÃO DELA PRA VOCÊ VER!Acho que ela pensa "vou deixar pra mais tarde!".



- Fica toda fofinha segurando a mamadeira.









- Tá quase, quase, quase engatinhando. Se joga pra frente, se apoia de 4 por uns segundos e desaba no chão. Insiste em ir pre frente, mas a pança não se move nem meio centímetro. Mantenha o foco, filha, jajá você chega lá. :)



- A-D-O-R-A ficar em pé se apoiando no sofá. Santa Maria Protetora dos Tombos, cuida do meu filhote.


- É só começar o "Parabéns pra você...", que as palminhas começam instantaneamente. 



- Não tem um santo dente na boca.



- Sabe o filme Jurassic Park? Sabe os velociraptors que aparecem no filme? Sabe o barulhinho que eles fazem para se comunicar, que parece um ruído, meio grunhido, meio coçando a garganta, meio assoando o nariz? Então (rs!), a Eleonora faz um barulhinho i-g-u-a-l-z-i-n-h-o com a boca. Desde que começou com isso só chamo a bonita de Eleonoraptor.




- Desenvolveu uma paixonite peculiar por paredes. Fica olhando e colocando a mão por horas, observando as cores e texturas, e, obviamente, tentando por na boca. Sim, você leu certo. Ela quer por a parede na boca. Inclusive isso foi motivo de crise de choro na semana passada: ela não conseguia lamber a parede do quarto.




- Aprendeu a me tirar do sério. Quando está comendo, às vezes faz uma semi-birra que me estressa muuuuito. Ela bate a mão na colher fazendo voar comida pra todo lado. No começo da introdução alimentar, é óbvio que era para me mostrar que ela estava satisfeita, ou apenas era uma simples brincadeira de bebê, por isso eu levava numa boa a lambança. Mas agora não mais; a danada aprendeu que isso me irrita e fica ali, testando o seu limite. Ela bate a mão e já fica me olhando de rabo de olho, com um sorrisinho no rosto. E o pior, se eu falo mais firme ou faço cara de brava, ela abre o berreiro. Como lidar?




- Já sabe compartilhar, rs! Quando tá no meu colo mamando ou com a chupeta, e tá segurando a fraldinha (toda dengosa!), eu viro e falo: "Filha, deixa a mamãe cheirar um pouquinho seu paninho?", e ela toda gracinha estica o bracinho colocando a fraldinha  no meu nariz!  FOFAAAAAAAA!

- Esses dias o papai saiu pra buscar pão e foi só ela ver o pai sair pela porta que foi um chororô só. FOFAAAAAAAA! [parte II]


- Tá rolando do colchão. Era o que a gente temia. Mas, aconteceu umas 4 vezes só, por enquanto. Então seguimos firmes e fortes com o movimento dos sem-berço, rs. Engraçado é que nenhuma das vezes que ela rolou houve choro, ela só soltou um "inhéé, aahhhh" e a gente correu lá no quarto, botou ela de volta no colchão, deu a chupeta e o paninho e na hora ela capotou! Ufa!

- Ama plantas

- Ama frutas

- Ama o cachorro do vizinho (e eu ODEIOOO! Espero que ele leia isso, rs!)

- Odeia abóbora, tem que por só um tiquico de nada na papinha, senão bléééé.

- Na verdade, até o momento não é muito fã de coisas salgadas em geral. 

- Voltou a amar o Chicolino. Até ganhou uma fotinha dele no quarto, rs.




Feliz nove meses, filha!