segunda-feira, 9 de fevereiro de 2015

CRIANÇAS FRANCESAS NÃO FAZEM MANHA

Não adianta negar, toda grávida é igual. É só ver as duas listinhas no exame, que a gente corre pra internet e pros livros pra ver T-U-D-O sobre gestação, bebês, amamentação, vida de mãe, etc etc etc.
A internet, em especial,  é um item indispensável para as mães antenadas. Nela você acha de tudo e muito mais.
Acontece que esse "de tudo e muito mais" nem sempre quer dizer coisas boas. 
Não vou me estender nesse tópico, mas me parece claro que não se deve dar fé absoluta em tudo que lemos na internet (nem nos  livros), principalmente nos famosos métodos pra bebê dormir, comer, andar, e muitos outros.
Na verdade, quando descobri que estava grávida, tomei cuidado até com os livros. Me atentei mais ao Guia do Bebê e ao Vida do Bebê, do famoso De Lamare (desde a época das nossas mães, rs), que trazem uma faceta mais médica da maternidade e me recusei a ler qualquer coisa que envolvesse a encantadora de bebês e todos os derivados desse tipo que se encontram aos montes.

O motivo é simples: cada bebê é único! O que deu certo pro meu bebê, nem sempre dá pro seu. Acho que esses métodos e dicas sem fim acabam por estressar as mães desavisadas, que se frustam e se perguntam porque o seu bebê parece ser o único que não dorme a noite inteira, por exemplo. Quanta bobagem! (note que esse blog NÃO é um blog de dicas, e jamais será.)

Foi nesse esquema de negar tudo quanto é livro e site de dicas para bebês, que fiquei com o pé atrás quando me indicaram o Crianças francesas não fazem manha (Bringing up bébé), de Pamela Druckerman, uma americana que mora na França (e ali teve 3 filhos) e faz um comparativo entre o modo de criar filhos francês e o americano.
Acontece que, como óbvia amante da língua francesa hahahaha, esse livro me instigava. Acabei lendo uns trechos online e gostei, e, por fim, cedi à tentação, rs.



Já adianto aqui, antes do meu parecer, rs, que o livro é ótimo e mais do que recomendo.

Não se trata de páginas de dicas do modo francês de cuidar de crianças, mas sim um relato cômico de como Pamela se sentia embaraçada diante de situações em que sua bebê parecia um "desastre" perto das sempre comportadas crianças francesas, e de que como, aos poucos, começou a adaptar o modo de criar filhos francês dentro de um lar puramente anglófono (ela americana, o marido inglês).

E sabe o que mais me prendeu às palavras de Pamela? Foi o fato de notar como o modo brasileiro de criar filhos é praticamente o mesmo que o modo americano, e assim poder identificar situações envolvendo as crianças americanas (no livro) que acontecem todo o tempo no Brasil. E então, claro, dar muita risada.

Outro fator envolvente é poder confirmar o quanto as sempres tão equilibradas francesas conseguem levar a maternidade de uma forma muito mais simples e sem tantas neuras como nós; como conseguem pôr na balança a vida de mãe, esposa, mulher e trabalhadora, sem que nenhum braço dessa balança pese mais do que o outro. E o mais intrigante: elas não percebem o quanto fazem esse equilíbrio bem, para elas parece tudo muito óbvio. Questão cultural, é claro. Temos muito a aprender avec elles, mes chères amies.

Recomendo a leitura desde as primeiras páginas, que trazem um pequeno glossário francês-português das palavras que mais saem das bocas das mães e das crianças, até as últimas, em que Pamela finaliza mostrando o quanto soube adaptar esse modo de criar filhos tão peculiar ao seu estilo de vida, sem perder a sua essência  e sua identidade americana, claro.


Boa leitura et au revoir!

Nenhum comentário:

Postar um comentário