terça-feira, 3 de junho de 2014

A SAGA (Parte I)





Depois que eu escrevi o post contando um pouquinho do meio-aniversário da Eleonora, um monte de gente veio me perguntar como tinha sido a introdução alimentar da fofinha. Eis que então vim aqui hoje (demorei a escrever desde o último post devido a uma semana turbulenta, mães entenderão) contar um pouquinho do que eu carinhosamente chamo de A SAGA DA INTRODUÇÃO ALIMENTAR. O nome soa meio caótico, mas é proposital, pois foi. Mentira, não foi tanto assim não, mas mãe que é mãe sempre exagera um pouquinho! Rs. Então, né...

Senta direito aí e vamos lá:

Como contei muuuuito resumidamente no post dos 6 meses, nós tivemos que adiantar um pouquinho a introdução de outros alimentos na rotina da menina. Por volta dos 5 meses, ela diminuiu de uma hora para a outra o seu já não tão grande apetite. Não queria mamar, e, quando mamava, era só um pouquinho, era coisa de 3 minutos em cada peito e pronto. Fiquei preocupada. Pensei em milhões de coisas que poderia estar causando tal fato, desde o surgimento de dentes até alguma doencinha normal de bebê. Mas, como não sou médica (nem vidente),  achei melhor ter uma palavrinha com a pediatra para podermos tomar a atitude correta e tentar descobrir o que estava causando a falta de fome na garota. Checamos tudo: produção de leite. Ok. Pega correta. Ok. Posição correta. Ok. Dentes. Ok. Dor de ouvido. Ok. Algum desconforto muscular. Ok. Nariz entupido. Ok. Alguma doencinha. Ok. 

NADA. Eleonora não tinha nada. Estava mais do que bem no quesito saúde, e só uma coisinha preocupava: ela estava um pouco abaixo do peso, não ganhou o suficiente. A médica, então, receitou um complemento ao leite materno, um leite artificial para ver se dava uma mãozinha. 

Lá vamos nós: compramos o Nan. Gente, sério. Imagina que você está em casa, de boa, vendo tv, quase dormindo no sofá... de repente, você escuta berros. Alguém está apanhando. E então o choro aumenta. "Meu Deus, estão maltratando uma criança", você pensa. E o berros triplicam, em quantidade e altura. "Agora eu chamo a polícia!", é o que você decide fazer depois de escutar tamanha brutalidade. Pois bem, foi isso que deve ter se passado na cabeça dos meus vizinhos na noite que tentamos dar a primeira mamadeira de Nan para a Eleonora. Na verdade, no nosso ap, o que se passava era um pai e uma mãe tentando carinhosamente e pacientemente alimentar sua pequena filhinha. Nós fomos com calma, tentando devagarinho, colocando de pouquinho em pouquinho o leite na boquinha dela. Mas, a menina, que não é boba nem nada, deu um jeito de botar a boca no mundo para dizer que tinha mais do que odiado o gosto daquele leite que definitivamente não era o da mamãe.
Tentamos então o Aptamil, eeee...Bingo! Deu certo. Assim... não é que ela amooou, morreu de amores por esse leite, mas ela bebeu. E não chorou. Enfim, quando os astros alinhavam, ela bebia uma ou duas vezes na mesma semana uns 90 ml, e se os astros alinhassem 2 vezes, ela bebia 120 ml, rs. Mas, mesmo no meio de tanta alegria,  não foi o suficiente. 

Partimos então para a introdução de fato, foi o jeito: bem-vindas, frutas!! Adeus leite artificial. Voltamos então para o aleitamento materno, apenas.

E então lá fui eu, que queria adiar esse momento o maior tempo possível, começar a dar frutinhas para a bonita. E já vou dizendo logo de cara que eu quis desistir. Queria mesmo. Queria chorar. Queria minha mãe. Só porque no primeiro dia que ela tomou suquinho de laranja, ela odiou, quis golfar e pôr tudo pra fora. Mas uma força superior enviada pelas mães que já estão no céu me ajudou, e eu fui persistente. E logo ela começou a gostar, e pedir mais....um dia tomava 20ml, no outro foram 30ml, logo 40ml, e por fim uns 70ml. BAZINGA!

Gente, vou contar pra vocês. Foi nesse dia dos 70 ml que eu me empolguei. Me empolguei demaaaais. Tipo, eu ficava matutando: a Eleonora não sabe NADA da vida, NADA de sabores, NADA de texturas. É como se fosse um ser humana zerado, que tem que aprender tudo (e tem mesmo!). E se ela não sabe nada... então eu vou ter que ensinar. E que seja o melhor possível. E nada de impor limites quanto a alimentação, nada de bloqueios, nada de deixar  que o meu paladar influencie o dela.
Dizem que as crianças só comem bem quando têm o exemplo em casa. É verdade. Porém, eu resolvi aproveitar que ela ainda não tem entendimento das coisas, e ela será meu exemplo. Eu, que adoro uma boa comida porcaria, um fastfood mais fast possível, um refri bem gelado....vou usar dessa oportunidade de alimentar minha filha, para ver se melhoro a minha alimentação também. Resolvi que a Eleonora irá provar tudo o que tem de mais saudável e natural. Tudo o que ela comer, eu vou comer também. Se ela come uma fruta, eu também como. E lá fomos nós.

Conversei com minha tia pediatra e foi ótimo. Eu queria saber o que ela NÃO podia comer, o que eu deveria evitar, e o que estava liberado. No dia seguinte eu já estava aloprando no varejão aqui perto de casa. Rs.

Começamos com o básico: pêra, maçã e banana. Os primeiros dias foram horríveis. Ela estranhou muito, o gosto, a textura, por mais que a fruta estivesse bem madura. Me lembro que praticamente tentei aquela forma de introdução alimentar que tá na moda, o BLW (baby led weaning), em que o bebê come sozinho, com as mãos, os pedaços dos alimentos. Eu dava o pedaço de pêra na mão dela, e esperava ela provar sozinha, lambendo tudo, para ver qual seria a reação. Se fosse positiva, eu já ia dando a fruta bem raspadinha na colher. Foi assim com as outras frutas também (as que davam, né?). Logo ela foi tomando gosto pela coisa (graças a Deus!!! Porque a sujeira na cozinha era assustadora!), e esse "teste" dela foi deixando de ser necessário. Eu sei que tive muita sorte em ter um bebê que gosta de provar as coisas. A Eleonora é assim, quando ela não gosta, ela detesta. Ela berra. Fecha a boca com vontade. Mas pelo menos ela prova, experimenta, tenta. É claro que algumas frutas tive que dar várias vezes pra me certificar de que ela realmente não gostou, ainda que isso implicasse algumas lágrimas, ânsias e batidas de mão na colher.

Por fim, a introdução se transformou na seguinte rotina: suco de manhã e fruta raspada ou amassada a tarde. E nesses quase dois meses ela já provou até que bastante coisa; entre sucos e colheradas, ela experimentou: banana, maçã, pêra, laranja ilhôa, goiaba, ameixa, damasco, pomelo, melancia, maracujá doce, uva, morango, lima da pérsia, pêssego e mamão. Umas foram odiadas, como a ameixa  in natura e o mamão. Mas outras foram sucesso: banana, pêra, goiaba e ameixa seca.





E assim foi. E aqui estamos. Justo eu que estava com uma preguiça moooonstra da introdução alimentar, me encontro divertindo horrores com as comidas da pequena. Ir ao varejão é minha saída preferida, hahahahahahaha!

Há 10 dias começamos com a papinha salgada, mas esse tópico será a parte II da saga. Ainda estamos nos adaptando. Jajá venho contar a ladainha.

AAhhhh!
Você está se perguntando se eu estou comendo mais frutas, né? Assim....mais ou menos. Estou aprendendo. Afinal, a introdução alimentar num adulto é beeeeeem mais difícil do que em um bebê. Ô se não é. Rs


Buenas noches!



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